Anjos sem Asas
Livro de Fotografia e Poesia de Ana Mascarenhas
com o apoio da
Brave Generation Academy
CulturArte - Writer, Photographer and Painter
A primeira encomenda, o primeiro certificado de autenticidade e o primeiro autógrafo, que seja o primeiro de muitos....
O Livro “Anjos sem Asas” espelha a realidade crua e intensa de muitas crianças que, em Angola e em outras partes do mundo, enfrentam as adversidades da vida com uma força silenciosa, mas imensa. Este livro é um grito contra a indiferença, convidando todos a olhar além da superfície, a ver e sentir o que muitas vezes fica oculto no quotidiano. Ele procura despertar consciências, sacudir os corações e provocar uma transformação real.
A ideia de "Anjos sem Asas" é poderosa: essas crianças, mesmo sem os meios que deveriam ter, sonham, voam com a sua imaginação, com a sua pureza, e carregam em si uma capacidade de ajudar o próximo sem esperar nada em troca. São crianças que, apesar das dificuldades, continuam a espalhar a esperança e a força da vida.
Este livro é, assim, um apelo para que a sociedade se comprometa a agir, não apenas a refletir. Um convite a encarar a dor do outro e ser parte da mudança. Através da poesia e da fotografia, ele propõe uma fusão entre palavras e imagens que não apenas descrevem, mas capturam a essência de realidades que precisam ser vistas e compreendidas para que possam ser transformadas.
É uma obra que não se limita a falar, mas que nos incita a fazer, a mudar, a agir para que a infância de todas as crianças, especialmente as mais vulneráveis, seja um direito e não um privilégio.
Vou colocar aqui um vídeo curto que mostro algumas das dezenas de imagens que este livro tem. Espero que gostem, apreciem e acima de tudo, sintam o que estas crianças transmitem nos seus olhos. Este livro tem também poemas de minha autoria que espelha e desnuda de forma crua a resiliência destas mesmas crianças. 🙏🏽
"Anjos sem Asas" um Livro de Fotografia e Poesia de Ana Mascarenhas, em breve perto de si 😊
“Anjos sem Asas” espelha a realidade crua e intensa de muitas crianças que, em Angola e em outras partes do mundo, enfrentam as adversidades da vida com uma força silenciosa, mas imensa. Este livro é um grito contra a indiferença, convidando todos a olhar além da superfície, a ver e sentir o que muitas vezes fica oculto no quotidiano. Ele procura despertar consciências, sacudir os corações e provocar uma transformação real.
Palavras
Prévias
Anjos sem Asas nasceu da inspiração do Livro de
Fotografia intitulado “Fotografias com Gente lá Dentro” da autoria de
José Silva Pinto.
José Silva Pinto é o meu mentor a nível fotográfico, aprendi com ele a gostar de fotografar a preto e branco, mas também aprendi algumas técnicas a nível de sombra e luz. Claro está, muito há ainda que aprender, aperfeiçoar, aprimorar, afinar, polir e requintar nesta Arte a que eu chamo de Fotografar.
Este livro é dedicado a todas as crianças que habitam em Angola e por este mundo fora, que vivem, ou melhor, sobrevivem com o que a terra lhes dá, com o que nós, os outros e aqueles que se dizem diferentes lhes dão.
Trata-se de um livro de poesia aliada à fotografia, ou um livro de fotografia aliada à poesia, como queiram chamar, mas, acima de tudo, é um livro que quer queimar a razão daqueles que veem, mas não observam, daquelas que ouvem, mas não escutam, daqueles que sentem, mas não se queimam.
É um livro para chocar mentalidades, para provocar emoções fortes e até contraditórias. É um livro para nos colocar a agir, não apenas a pensar. É um livro para vencer adversidades e destruir obstáculos nas curvas das fatalidades. É um livro para matar a sandes da fome e o copo da sede. É um livro para abater a tristeza e a angústia, para demolir as casas sem teto e as paredes sem chão. É um livro para desnudar verdades escondidas, vestidas de trajes transparentes, paridas do nada para evitar descendentes.
Anjos sem Asas são crianças que voam e sonham sem do
lugar sair, através da sua inocência, ajudam quem menos precisa, sem olhar a
meios ou a fins, apenas estão no lugar errado para desvendar mais um desejo, do
que é voar em liberdade, sem nunca dali sair.
E hoje, nas Tertúlias Culturais LiterArte, a nostalgia tomou conta de mim. A pintura como refúgio de um mundo imundo, como forma de expressão e percepção do tempo em que vivemos, como vivemos e do tempo sem tempo para nós ou para os outros...afinal, ele passa sem licença pedir e nós entramos nele, não para ficar, apenas para partir...
Entrevista para a RTP África para o programa "Artes e Espetáculos".
Ésobreler - Já pode adquirir em Angola e em formato e-book alguns livros da autora Ana Mascarenhas, basta aceder ao link https://www.esobreler.ao/
"Sete Prazeres Imortais" no Instituto Guimarães Rosa, Centro Cultural Brasil
Angola, em Luanda. Exposição patente ao público até 11 de Março de 2023.
VAIDADE
Lábios vermelhos carnudos, maquilhagem Guerlan
Sou a vaidade em pessoa, visto a pele da marca Prada
Calço os pés com distinto sabor a Gucci
Uso ouro e nunca prata, muito menos bijuteria
São símbolos da vaidade, são a minha tradição ou até
vocação
Mas é ela que faz de mim quem sou, a mulher furacão
Aquela que dá nas vistas e que solta gargalhadas
Aquela que se apaixona e nunca vive de migalhas
Vaidade, todas nós a temos, com ou sem beleza
Mas todas nós a sentimos, bebemos dela a nossa essência
Vivemos com ela e dela disfrutamos a nossa realeza
Por isso, assumo, quero ser a vaidade na sua plena
eloquência
Ana Mascarenhas
PREGUIÇA
Deitado vomito noticias paridas
do nada, pois não as leio, tenho preguiça
Dormito e acordo, coloco
o jornal na cara para o Sol não me queimar
Mas de nada vale, as
letras desse jornal, ajudam o Sol a peneirar o meu lençol
Troco do jornal para um
livro, aquele que cheira a sapiência, mas também não o leio
Apenas o abro para me
ajudar a esconder a cara da luz, ou até de mim próprio
Afinal, é esta preguiça
que me destrói, mas também me constrói, este meu vadio fardo
Esta displicência que
aprendi e com ela em toda a minha vida vivi, agora não sei como a acordar, pois
o sono acompanha-me, a preguiça respeita-me e o sonho alcança-me com quem
alcança o altar
Por isso durmo!
Durmo de chapéu, com
jornal ou sem ele, com ou sem livro, mas durmo
Durmo desalmadamente, e
quanto mais durmo, mais sono tenho, mas a preguiça encontra-me e respeita-me,
desenvolvendo em mim esta necessidade enorme de antecipar o sono eterno a que
chamamos morte, porque durmo continuamente tornando-me a pessoa mais ociosa do
universo sem saber sequer o que é viver!
Ana Mascarenhas
"Sete Prazeres Imortais" no Instituto Guimarães Rosa, Centro Cultural Brasil Angola, em Luanda. Exposição patente ao público até 11 de Março de 2023.
LUXÚRIA
Um copo de vinho, um prazer saciado
Um cigarro viciado e um beijo apagado
Vermelho paixão, deitada num colchão
Espero a luxúria de um pequeno varão
Danço com sensualidade, sentada ou deitada
O que não pode faltar é o vinho de uma assentada
Gosto de luxo, de joias e carros mas, também, de casas e
viagens
No entanto, apenas danço com o vinho, porque tudo são
miragens
O cigarro aceso ilumina a aura que em mim pernoita
Inspiro a nicotina e inalo o seu fumo, liberto o odor
desse cigarro sem dor
Ele vai-se apagando e aos poucos, eu vou desmaiando
O vinho combina com a loucura, e o vermelho com a doçura
E assim fico, luxuosamente estática, deliciando-me com
este doce veneno
Neste louco momento, a que eu chamo de pequena luxúria,
recheada de tormento
Um copo de vinho, um prazer saciado!
Um cigarro viciado e um beijo apagado!
Ana Mascarenhas
Sete Prazeres Imortais" no Instituto Guimarães Rosa, Centro Cultural Brasil Angola, em Luanda. Exposição patente ao público até 11 de Março de 2023.
IRA
Raiva, fúria, cólera,
sinto um turbilhão de rompante, este furor que em mim habita sem eu pedir, sem
eu querer, sem eu sequer me lembrar que eles existem, pois só queria esquecer.
Esquecer esta dor que me
provocou estes sentimentos tão tristes quanto negativos
Estes sentimentos tão
medíocres quanto pequenos
Tão vulgares quanto
inócuos
Foram eles que entraram
no meu ser e de mim fizeram esta pessoa que hoje sou
Uma figura recheada de
energias negativas, coberta de elementos tóxicos,
Que me sufocam e me fazem
gritar sem conseguir me ouvir
Porque quero soltar a ira
que há em mim sobre o mal que expandi
Sobre a vida que escolhi
Sobre a existência em que
vivi
Ira vai, sai de mim
Raiva solta-te,
revolta-te e rebenta fora de mim
Fúria desleixa-te e de
mim esquece esse eu
E tu cólera, envena-te só
e apenas em ti
Pois eu
finalmente…desisti!
Ana Mascarenhas