Nasci
dentro de uma gruta, dizem…
Do
ventre de Maria, minha mãe, dizem…
Meu
pai assumiu-me, José, dizem…
E o
meu nome ficou escrito, Jesus, dizem…
Outros
há que confirmam o que dizem
E mais
outros que desmentem o que dizem
Outros
também confirmam, mas de forma diferente
E
ainda outros, afirmam, rejeitando a sua existência
Não
importa o caminho, não importa o Deus
Não
importa o seu nome ou até se é energia
Não
importa o passado, muito menos o futuro
Importa
sim, o presente, este que construímos
Vivemos
com o teto sem saber o que é o céu
Vivemos
com o chão sem saber o que é a terra
Vivemos
com as paredes sem saber o que é o vento
Vivemos
com as pessoas sem saber o que é a solidão
Mergulhamos
em águas sem saber o que é a transparência
Abraçamos
com os braços sem saber o que é sentir
Olhamos
com os olhos sem saber observar
Comemos
com a boca sem saber apreciar
Damos
valor ao material, esquecendo o valor da Alma
Valorizamos
o que não temos, desapegando-nos ao que temos
Discutimos
por tudo e por nada, quando o nada é o tudo para alguém
Vivemos
apenas o nosso umbigo, desdenhando quem ao nosso lado está
Sim,
Deus, ou Deuses, não quero saber o nome
Ele(s)
existe(m)? Se existe(m), está(ao) dentro de nós.
Invoquem-No,
para que Ele nos elucide, nos Ensine a Amar
Meninos
sem Terra, sem Céu, sem água ou fruta da árvore
Aquela
que chamam a do pecado, sorriem sem nada, dançam sem música
Inventam
jogos e brinquedos e ainda assim, são felizes pela inocência que têm
Em
saber que por vezes, a ignorância é de facto uma bênção, pelo menos…
Sofrem
sem saber…
Desejo
a todos um Santo Natal!
Ana
Mascarenhas
23
Dez 2021