Com a escrita me acuso, me delato e inocento... Com a imagem denuncio sem palavras e me culpo em silêncio...

Vamos Sentir...


Vamos gritar com o silêncio

e esmurrar com o sorriso
Abraçar com as armas
E beijar as amarras
Serenar o Diabo
E despertar os Deuses
Vamos!

Sentir o luto deste mundo
Um afeto de mundo morto
Renascido ao contrário
Vamos!

Chamar culpa à inocência
E dizer desculpa à culpa
Ofender quem amamos
E amar quem nos odeia
Vamos!

Castigar quem perdoa
Perdoar quem castiga
Ofender quem magoa
Magoar quem ofende
Nesta troca de lutas
Entre vencidos e vencedores
Vamos!

Ninguém ganha
Ninguém perde
Todos vamos!
Para o mesmo lugar
De onde viemos

Terra de pó solto
Terra batida desencantada, cansada…

Somos isso mesmo, meros peões de pó desfeito
Entre lutas, conflitos, disputas e acordos
Somos o que revelamos e o que escondemos
Somos o enterro e a exumação!

Ana Mascarenhas