Discurso de Apresentação do Livro "Os Limites do mal..." na FNAC



O caminho das pedras faz-se lenta e silenciosamente. Um caminho doloroso, mas necessário.
As separações não são fáceis, deixam sequelas, mas, há sequelas e sequelas, há as sequelas que o tempo apaga e as sequelas que o tempo insiste em reescrever.

Eu decidi não permitir que sequela alguma em mim habite.

Não gosto do processo de vitimização e abomino solenemente quem se aproveita deste processo para conseguir atingir os seus fins. Gosto de pessoas lutadoras, que se empenham em atingir os seus objetivos sem magoar terceiros. Gosto de pessoas que virem a página, de pessoas que não impeçam os outros de ser felizes, porque fazer da infelicidade alheia uma missão, não é senão o espelho da sua própria infelicidade, e isto não é fácil de ver ou até de reconhecer.
E este livro é o testemunho de como o mal não tem limites, que tudo se faz e diz sem consequências maiores… a imposição de um outro ser e a vitimização são alguns dos ingredientes que pautam este livro.

Não quero nem sou vitima de nada a não ser de mim própria.

Eu faço o meu caminho, eu pago pelos meus erros, mas também pago pelas minhas vitórias e conquitas… não faço dos outros bodes expiatórios, nem imponho a minha presença a ninguém, não obrigo ninguém a me amar ou odiar, mas obrigo-me a mim mesma a ser quem eu sou, a ser leal para comigo mesma, a ser leal para com os meus sentimentos e princípios. Por isso, hoje estou aqui, denunciando-me sem pudor, sem medos ou receios, porque Vida só tenho uma e é nela que eu quero habitar sem qualquer tipo de preconceito, temor ou pavor.

Aprendi a Viver a Vida com intensidade, a registar todos os momentos, aprendi que a Vida é demasiado preciosa para permitir que a tristeza e o ódio habitem nela.
Aprendi a valorizar cada momento meu, aprendi a valorizar-me e decidi que jamais ser algum me voltará a tratar mal…

Aprendi a gostar de Mim.
Obrigada!


Ana Mascarenhas